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MCC 2019: uma mistura de ciência, arte, filosofia e amor

XIX Mostra Científica e Cultural da Bahiana levou centenas de pessoas ao Campus Cabula.

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"Ciência, Filosofia, Amor e Arte: tudo junto e misturado". Este foi o tema da XIX Mostra Científica e Cultural da Bahiana que aconteceu nos dias 8 e 9 de outubro no Campus Cabula, quando foram realizadas dezenas de atividades científicas culturais e artísticas, envolvendo centenas de estudantes, professores, pesquisadores, representantes de organizações governamentais e não governamentais e da sociedade civil organizada. O primeiro dia compreendeu o IX Fórum de Pesquisadores da Bahiana e o primeiro momento da XVII Jornada de Iniciação Científica PIBIC, com a apresentação de trabalhos científicos e premiações. Por sua vez, a arte esteve ainda mais presente no segundo dia do evento cuja abertura contou com a apresentação "A Vida é uma Riqueza" do Grupo Sem Limites, ligados à Rede de Protagonistas em Ação de Itapagipe (REPROTAI). Participaram da abertura a coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas, prof.ª Luiza Ribeiro, a pró-reitora de Extensão, Carolina Pedroza, e a assessora pedagógica do Programa Institucional de Desenvolvimento Docente (PROIDD), Lígia Marques Vilas Bôas, ambas coordenadoras gerais da MCC.


"A Bahiana prega uma formação com tudo junto e misturado. As hierarquizações aqui se diluem no papel cidadão de cada um. Então a Mostra Científica e Cultural reflete esse trabalho interdisciplinar alegre. É um momento de vitrine, de uma mensagem que a instituição lança para os professores, os colaboradores e alunos sobre o que somos e como vamos manter a missão de educar e formar profissionais de saúde realmente sensíveis ao outro, seja esse outro o paciente, o colaborador ou a pessoa da comunidade", declara Luiza Ribeiro.


Segundo Lígia Marques Vilas Bôas, a ideia do tema deste ano é pensar a integração: "Quando a gente separa esses elementos, é por uma questão didática, mas a nossa prática é atravessada por uma filosofia: ninguém é neutro, ninguém produz nada sem estar em uma posição, mesmo que não se reconheça, e o cientista é um ser político – ele faz ciência a serviço de alguma ideia. Ele está fazendo ciência para o amor? A ciência é uma arte? A ciência tem uma filosofia que ele respeita e acredita e é para a diversidade? Por isso é 'tudo junto e misturado' ".

Racismo, machismo, homofobia, violência urbana e desigualdades sociais foram alguns pontos de reflexão propostos na apresentação e, posteriormente, discutidos em um bate-papo envolvendo os jovens artistas e a plateia. Leandro Davanso (@kenai0114), integrante do Sem Limites, conta que conheceu a REPROTAI após deixar a casa dos pais, quando tinha apenas 16 anos, para seguir a carreira de artista. Segundo ele, foi na rede que pôde desenvolver seu talento artístico, e hoje, além de arte educador, é representante de políticas públicas, pelo projeto MJPOP (REPROTAI): "Hoje estamos desenvolvendo essa formação dos mais jovens, com arte e política, ensinando eles a pensar politicamente para que saibam onde é o seu lugar, e para que não esperem que outros façam por eles. E o lugar deles é em qualquer lugar onde eles sentirem vontade de estar, onde almejarem estar".

Para Carlos Santos da Luz (@mano_xandao_oficial), também integrante do Sem Limites, o grupo propõe vida: "Independentemente das situações adversas que nos acontecem e de tudo aquilo que nos oprime, a gente consegue transformar em poesia, música, dança e teatro. Esse universo da arte, da música e da própria cultura é o que nos dá subsídio para fazer com que outros também saiam de suas caixinhas. Temos que entender que cada pessoa é um universo, e nisso reside a ideia de que existem milhares de possibilidades de criar arte". Também participaram da apresentação os atores e bailarinos Noca Cruz (@sopodiaserpreta), Taciane Campos (@tacynhabreezy), Wadi Santana (@wadsonsantana) e Liliane Silva.

"Quando a gente pensa que a Bahiana já esgotou tudo que ela pode extrair da gente em termos de potencialidades, aprendizado, emoção e arte, ela nos surpreende. É muito bom estar nesse lugar e viver essa emoção com essas pessoas, porque, apesar de a gente discutir o tema, que foi trazido aqui, é diferente você viver isso que vivemos. Trazer a arte, a filosofia, a ciência... tudo junto e misturado e não ser pensado, mas sim sentido. É dessa forma que a gente apreende. É por isso que a gente tem orgulho de estar e de ser Bahiana", declarou a professora do curso de Enfermagem Cristane Magali.


PRA TOCAR

Também seguindo o conceito desta edição da MCC, foi lançado o clipe "Você é Cinco", fruto do projeto Pra Tocar, idealizado pelo colaborador do setor de Patrimônio da Bahiana Márcio Santos e realizado pela Gerência Estratégica de Pessoas e Aprendizagem Organizacional – GEPAP. Telma Bastos, gestora da GEPAP, explica que o projeto nasceu a partir de uma oficina realizada no último encontro anual de colaboradores cujo tema foi "Aprender e Ensinar". Na ocasião, foram promovidas oficinas pelos próprios colaboradores. "Sabendo que Márcio é percursionista profissional, convidamos ele a realizar uma oficina de percussão e, ao final do encontro, houve uma apresentação que agradou a todos os presentes. Isso motivou Márcio, que percebeu a oportunidade de realizar uma atividade que envolvesse também os PCDs mentais. Porém o Pra Tocar atraiu mais gente e hoje é aberto a qualquer colaborador e aluno". O grupo se reúne às quartas-feiras, à tarde, no Campus Brotas.

As atividades no auditório foram finalizadas com o tradicional sorteio de passagens áreas para trabalhos aprovados, destinadas à participação de alunos e/ou professores em eventos científicos fora do estado.