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Bahiana realiza o 8º Congresso Labirinto de Autismo: perspectivas em pesquisa e clínica

Evento promovido pelo Grupo de Pesquisa Labirinto reuniu participantes de todo o país e destacou a importância da pesquisa clínica e da produção científica.

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A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública realizou, nos dias 16, 17 e 18 de outubro, no Campus Cabula, o 8º Congresso Labirinto de Autismo: perspectivas em pesquisa e clínica. Coordenado pelos professores Gustavo Siquara e Milena Pondé, o evento foi promovido pelo Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Autismo (LABIRINTO), vinculado à instituição, e reuniu pesquisadores, profissionais de saúde, estudantes, familiares e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de diversas regiões do país. Entre os destaques da programação, a conferência “Refundando o Conceito de Autismo”, conduzida pelo pesquisador francês Laurent Mottron, marcou o primeiro dia de atividades e abriu um espaço para reflexão sobre as novas abordagens teóricas e práticas na área.

Acerca da escolha do tema, a professora Milena Pondé destacou que “um dos desafios hoje é que muitas pesquisas não são baseadas na clínica. São pesquisas feitas por pessoas que não conhecem o paciente e não têm vivência com a clínica. Queremos muito fomentar que a pesquisa seja feita por clínicos e pesquisadores”. Sobre a amplitude nacional do evento, Pondé ressaltou a importância da Escala Labirinto, instrumento desenvolvido pelo grupo de pesquisa e já utilizado em diferentes estados brasileiros. “O Labirinto tem conexão com grupos de pesquisa de todo o Brasil por conta da Escala Labirinto, que é um instrumento brasileiro que se propõe a avaliar o autismo de uma forma mais complexa. É um instrumento que nos permite pensar o autismo para além dos instrumentos padronizados que vêm do exterior”, explicou. Ela ainda destacou que o grande diferencial do grupo é o compromisso em construir o conhecimento de uma forma colaborativa e situada: “A gente quer produzir um conhecimento que seja baseado nos nossos problemas, nas nossas clínicas e que não copie fundamentalmente o conhecimento norte-americano. Queremos criar uma produção científica decolonial”, finalizou.

Para os estudantes, o congresso representou uma oportunidade de aprendizado interdisciplinar e troca de experiências. “Eu estou achando uma experiência riquíssima. Estou tendo contato com outros profissionais de outras áreas. É uma oportunidade muito boa, e estar aqui está sendo um divisor de águas na minha formação”, afirmou Camile Oliveira, estudante do 5º semestre de Psicologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).