Odontologia
Dentro das áreas de atuação da Odontologia, a Odontologia Hospitalar é uma opção para quem deseja trabalhar de forma integrada com a Medicina, pois o profissional que escolhe esse ramo irá oferecer atendimento em saúde bucal ao paciente em nível terciário, que se encontra em ambiente hospitalar.
A presença de um cirurgião-dentista ou de um cirurgião bucomaxilofacial, profissional da Odontologia com pós-graduação em ambiente hospitalar e especializado em traumas de face e ossos do crânio, é necessária em diversos casos, como procedimentos emergenciais em pacientes internados (dores de dente, sangramentos, feridas na boca, controle da halitose etc.) e na emissão de pareceres sobre alterações odontoestomatológicas.
A Odontologia Hospitalar busca, principalmente, oferecer diagnóstico e tratamento para controle de infecção de origem estomatológica, especialidade odontológica que tem a finalidade de prevenir, diagnosticar e tratar das afecções próprias da boca, bem como as alterações manifestadas em decorrência de doenças e/ou tratamentos sistêmicos.
Os cuidados bucais podem, entre outros, ser responsáveis pela diminuição do tempo de internação de pacientes e prevenção de doenças graves como a pneumonia associada ao uso de respirador mecânico em UTI.
Por isso, cada vez mais, a Odontologia Hospitalar ganha espaço e reconhecimento no mercado de trabalho. No setor público, essa necessidade já foi reconhecida por meio da publicação da Portaria nº 1.032, pelo Ministério da Saúde e a Resolução RDC nº 7 da ANVISA. Em São Paulo, por exemplo, em 2011, o governo identificou a necessidade de ampliar a atuação do Estado na saúde bucal e demandou à Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) que colocasse a saúde bucal como uma das três prioridades imediatas na área de saúde.
Atribuições da Odontologia Hospitalar
Segundo o manual criado pelo Estado de São Paulo, as atribuições da Odontologia Hospitalar são:
Atendimento Odontológico Hospitalar
Os serviços odontológicos que são oferecidos tanto em configuração paciente internado como em paciente externo, sob demanda, não são universalizados.
Alguns hospitais possuem cirurgiões-dentistas contratados, outros escolhem trabalhar com profissionais credenciados. Porém, a conscientização da necessidade de especialistas em Odontologia Hospitalar cresce cada dia mais e abre oportunidades de emprego dentro da área.
A proposta do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), por exemplo, é que o serviço de Odontologia Hospitalar deve ser abrangente para os pacientes hospitalizados no país, juntamente aos demais serviços de saúde.
O conselho explica que cuidados especiais e constantes com a higiene bucal auxiliam não só no tratamento do problema que levou o paciente à internação, mas também na preservação dos demais órgãos e sistemas, que podem sofrer deterioração prejudicial à sua recuperação e prognóstico, pois já está comprovada a inter-relação entre doenças bucais e sistêmicas.
O atendimento odontológico ao paciente crítico também contribui para a prevenção de infecções hospitalares, principalmente as respiratórias, entre elas a pneumonia nosocomial ou hospitalar, uma das principais infecções em pacientes de UTI, favorecida por micro-organismos que proliferam na orofaringe.
A Odontologia Hospitalar também é fundamental durantes alguns tratamentos médicos, como, por exemplo, a quimioterapia, que pode causar diversas alterações nos sistemas fisiológicos do paciente, incluindo o surgimento de aftas, sensação de boca seca, feridas, entre outros sintomas.
No período pré-quimioterapia, o cirurgião-dentista deve solicitar exame de imagem do sistema estomatognático para estabelecer o plano de tratamento, além de adotar outros cuidados que previnam futuras complicações para o paciente.
Durante a quimioterapia, o cirurgião-dentista da equipe de Odontologia Hospitalar deve realizar o diagnóstico de lesões bucais, a prevenção e o tratamento de processos infecciosos na cavidade bucal, o diagnóstico e o tratamento das necroses ósseas, a prevenção e o tratamento de mucosite oral e o tratamento de hemorragias originárias na cavidade bucal.
É fundamental que, em centros de referência oncológica, os pacientes submetidos a regimes terapêuticos antineoplásicos passem por avaliação odontológica prévia para adequação do meio bucal, além de acompanhamento sistemático e tratamento de possíveis alterações bucais. Essas medidas garantem a boa continuidade de todo o tratamento, evitando interrupções não programadas ou internações hospitalares, que sempre aumentam o custo final.