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ParaPraia inicia atividades de banho de mar assistido para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida

Primeiro dia de atividades contou com 67 voluntários que assistiram 33 banhistas.

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Foi com muita alegria que os 67 voluntários, entre profissionais e estudantes universitários, receberam os primeiros 33 banhistas da 7ª edição do ParaPraia, no último sábado, 4 de janeiro, na praia de Ondina. Lançado no verão de 2014, o programa tem o objetivo de promover acessibilidade e banho de mar assistido a pessoas com deficiência física ou dificuldade de mobilidade, já tendo sido realizado em diversas praias de Salvador e de cidades vizinhas. Este ano, o Para Praia vai acontecer todos os sábados, na praia de Ondina, em frente ao Instituto Bahiana de Reabilitação (IBR), até o dia 15 de fevereiro. Está prevista uma etapa final em uma praia de Camaçari, nos dias 29 de fevereiro e 1º de março.
 

  
O ParaPraia é uma iniciativa da prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (SECIS) com o apoio da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e o patrocínio da Braskem e do Salvador Shopping.

O secretário de Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência, André Fraga, ressalta a participação da Bahiana no projeto e a importância do esforço conjunto entre instituições da iniciativa privada, sociedade civil organizada e poder público. “O projeto só funciona justamente por ter esse volume de conexões e parcerias. Há a vontade da prefeitura de proporcionar esse espaço de laser e cidadania, enquanto praia; por outro lado, há uma associação com a Bahiana, que ajuda a dar um caráter mais profissional e acadêmico. E há também uma multidisciplinaridade, com a participação de profissionais de várias áreas, o que é fundamental. Se não fosse isso, o projeto não funcionaria tão bem ou provavelmente nem existiria”.

A pró-reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação Lato Sensu da Bahiana, professora Maria de Lourdes Freitas Gomes, reforça a importância da participação da instituição no projeto como uma ferramenta de fortalecimento dos três pilares de formação (ensino, pesquisa e extensão) :“Fortalecemos essa relação trazendo alunos e professores para uma atividade que, ao mesmo tempo, oferece a possibilidade de ser lúdica e também formativa, na medida em que eles aprendem a trabalhar em equipe e a cooperar”.

Ela destaca também que a atividade coloca os alunos em situações nas quais é necessário desenvolver habilidades específicas em suas áreas de formação: “Muitas vezes, recebemos pacientes em uso de respirador ou em uso de oxigênio e que precisam de determinados cuidados durante o banho. Não é só levar o banhista para o mar, mas também promover algum tipo de cuidado para eles no momento em que seja necessário e que não estejamos colocando em risco a saúde desses banhistas”.

Banhistas
“É muito bom pegar na areia, tomar um banho de mar. Minha mãe sempre me trazia para a praia. Eu acho o projeto muito bom, porque tem muita gente que fica em casa, às vezes não pode vir à praia porque não tem acessibilidade, e o projeto dá um jeito dessa pessoa tomar o banho de mar”, declara Rafael Francisco Silva Santos, de 11 anos, apresentador do canal de YouTube Rafatech1101 (https://www.youtube.com/channel/UCrvAMLxlNgrME1wsdGXF4Ng).
Um pouco mais velho, porém não menos satisfeito, Marcelo Alves Santana também se disse encantado com a possibilidade do banho de mar: “Eu acho que deveria prolongar por um pouco mais de tempo. A gente iria agradecer. O pessoal está bem preparado, desde a recepção até a água. Foi, realmente, maravilhoso”.

Voluntariado
Durante os meses de novembro e dezembro de 2019, a Bahiana publicou edital para a capacitação de voluntários para atuar no banho de mar assistido. Ao todo, foram 619 inscritos e cerca de 300 capacitados o que vai garantir a participação de 70 voluntários por dia. A pró-reitora de Extensão, professora Carolina Pedroza, explica que, dessa vez, a etapa de capacitação foi antecipada para ampliar o número de voluntários com o objetivo de receber também pessoas de outras áreas, além da saúde. "Foi uma grata surpresa, pois sabemos que o ParaPraia vem, desde 2014, se consolidando e sendo reconhecido como um projeto de muita relevância social, porém existia uma expectativa muito grande de que outras pessoas pudessem participar e isso foi revelado nesse número de inscritos".

Segundo ela, foram realizadas, ao todo, sete etapas de treinamento para que todos os interessados fossem habilitados para esse banho. Além de estudantes e pessoas de outras áreas, as equipes que acompanham os banhistas são supervisionadas por professores da Bahiana que também assumem o banho no caso de banhistas com necessidades específicas como pessoas que utilizam oxigênio, respiração por ventilação artificial e outros casos de maior cuidado.
  
João Victor Almeida dos Santos, estudante de Medicina da Bahiana, conta que conheceu o ParaPraia no final de 2019 e logo teve interesse em participar: "Eu vi nesse projeto a oportunidade de fazer um pouco mais por outras pessoas. O curso de Medicina da Bahiana busca muito a humanização, esse contato mais próximo e mais humano com as pessoas e, vendo o que a gente pode fazer nesse projeto, eu pensei: ‘Eu tenho que estar aqui ajudando, tenho que fazer parte disso também!’ "

O ex-aluno de Fisioterapia da Bahiana e atual coordenador técnico do ParaPraia, Igor Alonso, explica que a capacitação contou com três momentos: “Inicialmente, os voluntários conheceram a fundo o funcionamento do projeto; depois receberam informações sobre o manejo de banhistas e noções de primeiros socorros e, por fim, tiveram atividades práticas na praia onde acontece o ParaPraia”.


Fotos: Marcelo Gandra

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