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VII Fórum do CAJU tematiza a pandemia como a "urgência da hora"

O evento provocou uma reflexão sobre a capacidade de sonhar com um outro mundo.

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“Cotidiano e encantamento: outras políticas, outras palavras” foi o tema do VII Fórum do Centro de Atenção às Juventudes (CAJU). O evento aberto ao público, promovido pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, aconteceu de forma digital, no dia 29 de outubro, das 13h às 17h, e foi transmitido pelo canal oficial da instituição no YouTube. Estudantes, profissionais e o público em geral puderam desfrutar de uma programação variada sobre política e filosofia, com apresentações artísticas, oficinas e ponderações dos professores Luiz Rufino (UERJ), Fábio Giorgio Azevedo (Bahiana), Milena Lisboa (Bahiana), Paulo Oliveira (Bahiana), Mayara Novais (Bahiana) e Veridiana Machado (Bahiana).
 

    
O professor da Bahiana, coordenador do CAJU e psicólogo social-comunitário Fábio Giorgio Azevedo coordenou e mediou o evento, que abordou o encantamento como política de vida sob a perspectiva das demandas juvenis e da saúde mental em tempos de pandemia. “O Fórum do CAJU foi criado com a missão de tematizar a ‘urgência da hora’, digamos assim. Por isso, é também um encontro anual intergeracional, onde as pessoas podem trocar saberes e vivenciar práticas pertinentes ao cuidado de si e dos outros”, descreve o professor.

“O VII Fórum do CAJU pretendeu ser uma espécie de pequena ‘tábua de salvação’ que nos fizesse (re)ativar nossa capacidade de sonhar com um outro mundo – menos iníquo, menos desigual – por meio da reflexão crítica sobre os efeitos devastadores que, por exemplo, a exploração da natureza pelo homem tem causado”. Por isso, conforme elucidou o coordenador do evento, a iniciativa convocou os participantes a refletirem questões importantes, como a dívida de cada um com a natureza e com os povos originários desse país e sobre o que é possível fazer para reativar em nós a sensibilidade de culturas ancestrais como as ameríndias, que tão bem souberam e sabem se relacionar com a natureza e todos os seres.

Quanto a realizar o fórum de forma digital, o psicólogo pondera que foi um desafio encarado com entusiasmo e estranhamento, pois experimentar um encontro à distância ajudou a demonstrar que a presença é algo mais do que compartilhar o mesmo espaço-tempo com outras pessoas: “A presença também significa encontro genuíno, mediado por afetos alegres e trocas intensas em torno de questões essenciais. E isto foi possível realizar e sentir com o VII Fórum do CAJU”.
 


O Fórum
A ação acontece desde 2014 e já abordou temas variados: os territórios locais como lugares promotores de saúde; a contemporaneidade das formas de cuidado ancestrais; os saberes de experiência no cuidado com as juventudes; as sociabilidades juvenis na cibercultura; a utilização de poéticas artísticas como forma de praticar o autocuidado para (re)existir.

Fábio Azevedo explica ainda que, nesta sétima edição, considerou-se a pandemia como a “urgência da hora”: “Esse momento que nos assombra como uma espécie de pesadelo mítico de desaparição da espécie, não tem sido fácil para ninguém, sobremaneira para as juventudes. Pois, vivenciando uma época da vida em que o futuro se confunde com o projeto de encontrar um lugar para si no mundo, muitas e muitos jovens têm sentido que o momento de pandemia colocou em cheque a sua capacidade de sonhar. Com a sensação de que ‘a Terra parou’, muitos não têm, ou não sabem, o que dizer e como elaborar o que estamos vivendo”.

O professor Paulo Oliveira, integrante da comissão organizadora do fórum, salientou que, durante a construção do evento, percebeu o processo de transformação da Bahiana em meio à pandemia, e observou que, embora algumas mudanças para atender à educação digital tenham ocorrido, a Bahiana manteve de forma consistente os seus valores e missões, sempre priorizando a humanização e o acolhimento. “Fiquei muito feliz de fazer parte desse momento que foi o resultado de um lindo trabalho em equipe”, declarou.

 

Clique no vídeo acima para assistir a gravação do evento.


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